Conselheiros dos comitês da Bacia do Rio Doce participam de encontro internacional


7 dez/2017

vento reuniu especialistas nacionais e internacionais para discutir a revitalização dos rios; situação do Rio Doce foi tema de painel no primeiro dia

Representantes dos Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs) que compõem a Bacia do Rio Doce participaram, entre os dias 28 e 30 de novembro, do 3º Encontro Internacional de Revitalização dos Rios e do 1º Encontro de Bacias Hidrográficas de Minas Gerais. Promovido pelo CBH Rio das Velhas, os eventos foram sediados no Minascentro, em Belo Horizonte, e reuniram especialistas nacionais e internacionais para a discussão do tema.

A situação do Rio Doce foi assunto de um painel, abordando desde o maior desastre ambiental da história aos desafios da recuperação da bacia. Leonardo Deptulski, membro do CBH-Doce, representou o Comitê e compôs a mesa junto com Joceli Jaison, do Movimento dos Atingidos Por Barragens (MAB); Prof. Dra. Cristiana Losekann, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES); e Dra. Andréa Azevedo, da Fundação Renova. A apresentação foi mediada por Tarcisio Márcio Magalhães, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Para Deptulski, o evento serviu para mostrar que existem experiências internacionais de revitalização de rios que podem servir como inspiração para o caso do Doce. Além disso, ele ressaltou a importância de compartilhar o conhecimento e trocar experiências com os participantes. “Foi importantíssimo ter esse painel sobre o Doce, falando sobre o que foi feito após estes dois anos do desastre, para que os outros CBHs tenham conhecimento disso e possam nos ajudar na busca pela melhoria em um cenário muito mais complicado do que as demais bacias”, comentou.

Encontro de referência

Dentro da programação do 3º Encontro Internacional de Revitalização dos Rios, o que não faltou foi troca de experiências. Houve a apresentação Prof. Dr. Robert Mason Hughes, do Amnis Opes Institute, dos Estados Unidos, falando da revitalização do Rio Willmette, em Oregon (EUA); além da apresentação do case de recuperação de um rio em Seul, capital da Koreia do Sul. Flamínio Guerra, 1º vice-presidente do CBH-Doce e presidente do CBH-Piracicaba, comentou que essa troca de ideias enriquece o encontro. “Esses momentos trazem pra gente uma referência de como está e como é feita a gestão das bacias em outros lugares, que podemos levar para as nossas bacias”, disse.

O presidente do CBH-Santo Antônio, Felipe Benício, comentou que o evento surpreendeu na qualidade dos conteúdos e nas discussões. “São vários assuntos que foram bem tratados e discutidos. Poderemos levar uma gama de informações muito importante para aplicar nos comitês”, falou. Já para Dolores Colle, 2º vice-presidente do CBH-Doce e presidente do CBH-Barra Seca e Foz do Rio Doce, o encontro deu esperanças para a situação do manancial. “Problemas ambientais existem em qualquer lugar, mas há perspectiva de que a gente consiga melhorar. Os exemplos dados mostram que é possível fazer a recuperação de um rio, que nem tudo está perdido”, comentou.

O professor Wilson Acácio, vice-presidente do CBH-Caratinga, também ressaltou a importância da participar e de trocar ideias no evento. “São novas experiências, nossos ecossistemas aquáticos estão degradados, principalmente o Rio Doce, que passou pelo maior desastre ambiental do Brasil”, explicou. “O que está sendo mostrado aqui, com essas vivências internacionais, o trabalho feito no Rio das Velhas… é importante vermos o que podemos tirar de positivo”, acrescentou. Além disso, o professor ressalta que o mais importante é avançar nas discussões. “É um avançar, é um processo lento e demorado, até porque a política das águas é nova no Brasil, tem cerca de 30 anos enquanto outros países já trabalham há 50, 100 (anos). É uma forma de fazermos uma renovação do pensamento da recuperação dos nossos ecossistemas aquáticos”, finalizou.