CBH-Manhuaçu lança programa de compensação da emissão de gases


7 jun/2016

ECOz

A iniciativa, realizada em parceria com o CBH-Caratinga, tem como foco combater o aquecimento global e compensar a produção de CO2em ações do colegiado

Resultante da emissão excessiva de gases poluentes e da derrubada de florestas ao redor do mundo, o aquecimento global é motivo de preocupação também entre membros de comitês de bacias. Por entender que o meio ambiente funciona de forma integrada e que ações de melhoria da qualidade ambiental refletem no ecossistema como um todo, membros do CBH-Manhuaçu, em parceria com o CBH-Caratinga, lançam o Evento Carbono Zero (ECOz), que tem como objetivo compensar a emissão de poluentes produzidos em atividades promovidas pelo colegiado, através do plantio de árvores. O ECOz será oficialmente apresentado à comunidade na próxima plenária do colegiado, que será realizada no dia 7 de junho, às 9h, no Instituto Terra, localizado em Aimorés. “Esse é um marco para história do CBH-Manhuaçu. Precisamos evitar ao máximo a geração de resíduos e qualquer coisa que agrida o meio ambiente. Acredito que esse será um divisor de águas para nossos trabalhos e servirá de referencia para as outras bacias”, afirmou o presidente do CBH-Manhuaçu, Senisi Rocha.

O programa

Desenvolvido em articulação com membros do CBH-Caratinga, o programa Carbono Zero (ECOz), por meio de aplicação de questionários aos membros, mensurará a emissão de gases resultantes, por exemplo, do deslocamento dos conselheiros, para, assim, definir o número de árvores a serem plantadas. Os resultados do efeito do sequestro de carbono também serão quantificados através da estimativa de crescimento da planta (aumento da biomassa) acima e abaixo do solo e pela quantidade de CO2 absorvido no processo de fotossíntese. O presidente do CBH-Caratinga, Ronevon Huebra, ressaltou a iniciativa tem como objetivo incentivar os membros de comitês a se engajarem na causa da mudança climática, atuando como multiplicadores. “Através do programa, contribuiremos para diminuição dos gases do efeito estufa no planeta, reflorestaremos uma área que precisa e ainda poderemos ajudar na contribuição para melhor absorção da água das chuvas no local do plantio destas espécies”, explicou Huebra. Para a secretária adjunta do CBH-Manhuaçu, Flávia Herculano, que também participou da construção do programa, “com certeza os resultados serão positivos, uma vez que iremos plantar árvores dentro de nossa bacia, conservando nossas águas e filtrando o ar, além de servir de exemplo para outros comitês ou grupos organizados que trabalham em prol da conservação e restauração dos nossos ecossistemas”, destacou. 

Efeitos em Minas Gerais

Segundo a Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM), só para o Estado de Minas Gerais, os aumentos médios de temperatura, esperados até o fim do século, variam entre 2°C e 4°C, de acordo com cada região. A expectativa é de que seja gerado, em função dos impactos decorrentes das mudanças climáticas, um gasto de cerca de R$ 450 bilhões para a economia mineira, até 2050, para atender, principalmente, as regiões mais vulneráveis ao clima do Estado. “A iniciativa demonstra a capacidade de mobilização da sociedade em prol de uma causa. Acredito que o ECOz seja a iniciativa mais moderna de gestão integrada, descentralizada e participativa de águas do Brasil neste momento. Uma semente que pode gerar árvores, cuidar do ar, recarregar nossos aquíferos, proteger os solos e ampliar os horizontes do ser humano sobre sua capacidade de rever sua relação com o planeta Terra, a nossa casa”, destacou o analista ambiental do Instituto Mineiro de Gestão das Águas, Eduardo Araújo.